Compositor: Pancho Varona / Joaquín Sabina / Antonio Garcia de Diego / Sergio Castillo
Sentados em círculo, merendávamos beijos e maconha
E as horas passavam depressa entre a fumaça e a risada
Você morria de vontade de voltar, Gardel cantava com a carinha abatida
E entre citações de Borges, Evita dançava com Freud
Já choveu desde o dia daquele aguaceiro até hoje
Eu ia todos os domingos ao seu ponto no mercado Rastro para comprar para você
Carrinhos de massinha, soldadinhos de lata
Eu quis te conquistar com uma aguinha de um mar andaluz
Mas você não queria outro amor que não fosse o do Rio da Prata
A tempestade durou até os anos oitenta
Depois o Sol foi secando as roupas da velha Europa
Não há nostalgia pior do que desejar o que nunca aconteceu
Me mande um cartão postal de San Telmo, adeus, se cuide
E soou entre nós o apito do trem
Eu ia todos os domingos ao seu ponto no mercado Rastro para comprar para você
Bonequinhos de massinha, cavalinhos de lata
Eu quis te conquistar com uma aguinha de um mar andaluz
Mas você não tinha outro amor que não fosse o do Rio da Prata
Aquelas bandeiras da pátria da primavera
Vieram me dizer que o esquecimento existe nesta noite
Você ficava tão bem com aquela boina ao estilo Che
Buenos Aires é como você contava, hoje fui passear
E ao chegar na Praça de Maio, comecei a chorar
E comecei a gritar: Onde você está?
E não voltei mais ao seu ponto no mercado Rastro para comprar para você
Corações de massinha, chapeuzinhos de lata
E ninguém mais me escreve dizendo: Não consigo te esquecer
Queria que você estivesse comigo no Rio da Prata
E não voltei mais ao seu ponto no mercado Rastro para comprar para você
Carrinhos de massinha, soldadinhos de lata