Compositor: Alejo Stivel / Joaquín Sabina
Esse bálsamo não cura cicatrizes
Esse ritmo de rumba não sabe deixar apaixonado
Esse rosário de contas infelizes
Fica mais calado do que fala
Mas diz a verdade
Esse armazém de lençóis que não ardem
Esse telefone sem secretária eletrônica
Vou ligar para ela amanhã, hoje já está tarde
Essa forma tão covarde
De não nos dizermos não
Esse contigo, esse sem você tão amargo
Esta ampulheta do areal
Essa greve de beijos, essa letargia
Essas calças compridas
Para o velho Peter Pan
Não abuse da minha inspiração
Não acuse meu coração
Tão maltratado e desgastado
Que está fechado para demolição
Pelas rugas da minha voz
Se filtra a desolação
De saber que estes são
Os últimos versos que te escrevo
Para dizer adeus
Sobram motivos para nós dois
Essa moça tão longe de seu cigano
Esse presídio do Porto de Santa Maria sem visita íntima
Essa guerra civil, esse corpo a corpo
Esses mouros e cristãos
Esse muro de Berlim
Esse vírus que não morre nem nos mata
Essa amnésia no céu do paladar
A limusine do pó por Manhattan
O inverno em Mar del Plata
Os Versos do Capitão
Essa mancha de sangue e de tinta nanquim
Esse banho sem rímel nem sonífero
Esses ossos que voltam do escritório
Dentro de uma capa de chuva
Com manchas de solidão
Não abuse da minha inspiração
Não acuse meu coração
Tão maltratado e desgastado
Que está fechado para demolição
Pelas rugas da minha voz
Se filtra a desolação
De saber que estes são
Os últimos versos que te escrevo
Não abuse da minha inspiração
Não acuse meu coração
Tão maltratado e desgastado
Que está fechado para demolição
Pelas rugas da minha voz
Se filtra a desolação
De saber que estes são
Os últimos versos que te escrevo
Para dizer adeus
Sobram motivos para nós dois