Compositor: Joaquín Sabina / Benjamín Prado / Leiva
Quando minha cara não sair nos jornais
Nem os casais dançarem mais Noches de Boda
Quando eu só for notícia se cair de novo do palco
Quando o outono estiver muito maluco
Quando você jantar no bar do hospital
Quando os amigos ensaiarem as palavras que vão dizer no dia do meu funeral
Quando a orquestra não souber a canção que escrevi pra você
Quando as casas de apostas não derem um real por mim
Quando fecharem os bares e o louro da minha coroa for de espinhos
Ainda vou guardar uma última valsa pra você
Você, que correu para me resgatar das chamas
Você, que trouxe paz pra minha cidade sem lei
Você, que descobriu com meus eletrocardiogramas
Que faz tempo que não sou mais o rei
Eu, que sou faixa preta em pessimismo
Que gasto o salário em quatro copos
Que prefiro ser qualquer um a ser eu mesmo
Que prefiro ser um Zé Ninguém a ser um Don Juan
Quando a Lua se esconder pra não me ver sofrer
Quando, nas minhas noites de farra, nem o Leiva pedir um bis
E a neve estiver de luto, e as estrelas não aparecerem quando deveriam
Quando, em certas manhãs, eu nem conseguir me vestir
Desfolhando margaridas que nunca bem-me-querem
Quando as flores agonizarem e os pássaros sofrerem de amor
Não esqueça de guardar uma última valsa pra mim
Quando os cantores emudecerem por decreto
E os amantes fizerem greve geral
E os melhores alunos se formarem doutores com honras
Na arte de ignorar
Quando a orquestra não souber a canção que escrevi pra você
Quando as casas de apostas não derem um centavo por mim
Quando fecharem os bares e dançarem reggaeton no escritório
Ainda vou guardar uma última valsa pra você
Não esqueça de guardar uma última valsa pra mim